sexta-feira, 9 de setembro de 2011

O REMAKE EM BLU-RAY!

O que acontece quando um filme não vai bem nas bilheterias? É lançado em DVD e Blu-ray rapidinho!
De acordo com o site Box Office Mojo, o filme até 9 de setembro de 2011 arrecadou US$ 17.634.435 nos EUA, e nos países onde havia estreado, US$ 3.400.000, totalizando US$ 21.034.455. Ou seja, o filme ainda não tinha se pagado! Ele custou 30 milhões e saiu logo do Top Ten nas bilheterias. E nem havia feito 1 mês em cartaz!
O filme foi lançado em Blu-ray no dia 18 de janeiro de 2012 nas versões 2D e 3D - esta última apenas para quem tiver televisores e Blu-ray players para tecnologia 3D acompanhados dos óculos, é claro.
Aqui estão as capas na versão americana:
Mais um remake que foi para o brejo! Deveriam ter aprendido com o mestre Tom Holland ('A Hora do Espanto' original, diretor e criador do filme 'Brinquedo Assassino', roteirista de 'Psicose II' entre outros trabalhos).

A capa e contracapa do Blu-ray nacional + DVD (e os respectivos extras)


A capa nacional do Blu-ray 3D


Eis o menu com o novo Jerry Dandridge comendo sua maçã. Ideia, aliás, do ator Chris Sarandon, que achou interessante para o seu personagem, uma vez que morcegos comem frutas suculentas.

Cenas do remake:
Nova abertura do filme, bem diferente do original.

A nova Amy: mais segura, mais bonita, mais sexualizada, em cenas menos impactantes.

O novo vizinho de Charley: Jerry Dandridge. Vampiro mais visceral, menos carismático que o original interpretado por Chris Sarandon.

Cartaz do show de Peter Vincent em Las Vegas. Muito mais pose e glamour desperdiçados em uma série de equívocos, porém o ator David Tennant fez o que pôde. Talento ele tem.

Jerry fazendo uma 'boquinha' antes mesmo de anoitecer por completo.

Charley em um resgate frustrado na casa do vampiro.

E enquanto isso, Jerry fica curtindo um programinha matinal na TV.

Peter Vincent ensaiando no seu show temático sobre vampiros.

Charley obcecado pelo misterioso vizinho.

Sra. Brewster, Amy e Charley esperando a reação do vizinho Jerry, quando este não recebe o esperado convite para entrar na casa.

Já que ele não pode entrar, então faça com que as potenciais vítimas saiam!

Casal apreensivo com o que o novo vampiro da vizinhança está prestes a fazer.

Pronto para incendiar a vizinhança!

Sra. Brewster de repente se vê em uma perseguição de tirar o fôlego!

Amy e Charley caindo na real sobre o perigo que todos estão correndo.

Amy avista seu predador em um clube noturno. A famosa cena do filme original, aqui, não tem o menor apelo, a menor sensualidade. Só faltou o vampiro pegar um tacape, e puxar a garota pelos cabelos.

Charley, desesperado, recorre ao autoproclamado matador de vampiros, Peter Vincent. Um homem egocêntrico, que se revela um covarde.

Charley pensando no que fazer enquanto o sol se põe, e o tempo se esgota.

Amy tentando proteger-se, quando na verdade é ela quem está na mira de Jerry.

Sr. Vincent acoado feito um rato. Onde estará o destemido matador de vampiros agora?!

Charley pondo um fim dramático na amizade com Evil Ed.

Peter e Charley às voltas com a horda de vampiros criados por Jerry.

Amy com um sorriso nada sexy. Nem se compara com a cena final marcante do filme de 1985.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

ASSISTI AO REMAKE! SPOILERS E COMPARAÇÕES

Aqui não conto o filme na íntegra, mas faço comentários e comparações com o original.

PRIMEIRO, AS PERSONAGENS:

JERRY DANDRIDGE

O novo Jerry é mostrado no filme como o tubarão no filme do Spielberg, sem aquele charme e carisma do vampiro interpretado por Chris Sarandon. Na nova versão, ele é apenas um predador que só quer saber de se alimentar de suas vítimas (aqui mantidas prisioneiras), formar uma gangue de criaturas da noite, sem seduzí-las, nem hipnotizá-las.
O Jerry original tinha mil anos (sua irmã, Regine, menciona a idade na continuação de 1988), enquanto que o novo Jerry tem apenas 400 anos.
Jerry não vira morcego nesta versão. Fiquei indignado com isso!

Ao menos nas duas versões, ele não tem reflexo, nem imagem.

Outra coisa mantida foi a maçã.


Como Jerry não vira morcego, nem voa, ele pega a moto do Charley emprestada para a cena de perseguição. Vendo o pneu da frente furado, acaba lançando-a em direção ao carro da Sra. Brewster. No filme original, Charley dirige um Mustang.


CHARLEY BREWSTER

Charley, assim como no original, é um adolescente que vive com sua mãe quando um macho alfa muda-se ao lado, ameaçando a todos e pressionando o rapaz a tomar atitudes e a amadurecer de forma um tanto traumática. No original é Charley quem descobre que seu vizinho é um vampiro.

'EVIL' ED THOMPSON vs. ED LEE

Primeira heresia: mudaram o nome original do personagem para Ed Lee. E o apelido 'Evil' (Maligno) é mencionado rapidamente apenas uma vez no remake!

Segunda heresia: é o novo Ed quem diz a Charley que seu novo vizinho é um vampiro, e é Charley quem se mostra descrente à princípio. Aliás, é explicado mais a frente como Ed já sabia que Jerry era um vampiro.


Terceira heresia: Não é Ed quem informa Charley como se defender de vampiros, e sim, Peter Vincent.


Quarta heresia: O Ed do remake não se transforma em lobo, não leva cruz na testa, e é transformado logo no início do filme, desaparece durante boa parte da trama, só para reaparecer quase no final e ser morto em seguida, de forma tosca, por ninguém menos que seu ex-amigo. No original, ele é morto, enquanto lobo, por Peter Vincent com uma estaca no peito.



Quinta heresia: Ed é mordido por Jerry na piscina de uma casa, enquanto que no original, ele é mordido quando encurralado em um beco. Jerry chega em forma de neblina, surpreendendo Ed 'Maligno' por trás.
E tem mais! No remake, quando Colin Farrell entra na piscina e tenta convencer um Ed relutante a se entregar, ele nem precisa se esforçar muito. Diz algumas palavras, e logo logo, Ed já abaixa a guarda, deixando a cruz cair até o fundo, e não demonstra emoção. Bem diferente do original, onde Chris Sarandon usa todo um argumento bastante contundente, e um belo poder de persuasão, em um Ed chorando de medo.

Heresia-mór: o famoso bordão "Oh, you're so cool, Brewster" é dito no meio de uma discussão com Charley, de forma inexpressiva. Bem diferente da risada histérica do personagem de Stephen Geoffreys.


AMY PETERSON

Imogen Poots é muito mais bonita do que a atriz Amanda Bearse, sua personagem é mais segura e muito desejada no colégio. Porém, quando transformada, ela não chega aos pés da Amy original. Os efeitos em CGI (sigla em inglês para 'Imagem Gerada por Computador') deixam muito a desejar - nem um pouco convincentes em comparação à ótima maquiagem de 1985 feita com próteses (os chamados 'practical effects'). Nem tudo que é novo é melhor, meus queridos. E nem tudo o que é antigo é ruim, como essa nova geração tende a pensar!
Aliás, enquanto no original, Amy e Charley lutam entre si na cena final e apoteótica; no remake, ela apenas fica em cima dele, tentando seduzi-lo e acaba levando uma estaca na barriga, e Charley simplesmente a deixa ali, enquanto sai a caça do vampiro. Cena sem um pingo de clima. Ah! Detalhe: quando leva a estaca, ela volta à sua forma humana, leva o sangue à boca, e diz ao namorado 'Você errou'. E ele responde 'Eu sei'. Não dá nem pra comparar com a cena da foto abaixo!


PETER VINCENT

O grande matador de vampiros, apresentador de filmes clássicos de horror da madrugada na TV, é reformulado para esta nova década como um ilusionista de Las Vegas, onde suas apresentações têm como tema os vampiros. O novo Peter Vincent é claramente baseado no ilusionista Criss Angel: roupas colantes pretas, peruca preta e longa, delineador nos olhos, cavanhaque, estilo rock 'n' roll, bem mais jovem evidentemente que o saudoso Roddy McDowall. Outra diferença é que o mais jovem Sr. Vincent tem problemas com bebida, e também é grosseiro (especialmente com sua assistente). Roddy McDowall era um ator inglês, enquanto que David Tennant é de nacionalidade escocesa. As semelhanças entre os personagens são o egocentrismo, o medo, e a carreira decadente.

JUDY BREWSTER vs. JANE BREWSTER

Além da diferença do nome, claro, a mãe de Charley no remake (Toni Collette) tem um papel bem maior que da atriz Dorothy Fielding. E como quase toda mãe hoje em dia, ela é super protetora, e conivente com as loucuras do filho. E para a sorte deste, resolve apoiá-lo incondicionalmente em vez de ceder à chantagem do vizinho, que ameaça até chamar a polícia.
Porém, como no filme original, não fica claro se ela é mãe solteira porque ficou viúva, ou porque foi deixada pelo marido. Mas a carência pela falta de um homem em sua vida é mantida. Jerry inclusive chega a usar esse fato para intimidar Charley nesse novo Fright Night.


CENAS-CHAVE QUE FORAM MUDADAS

O filme ainda não se pagou. Até agora (01 de setembro de 2011), o remake arrecadou nos EUA apenas 14 milhões, e custou 30. Acredito que são vários os fatores, entre eles:


Uma cena onde Charley flagra seu vizinho mordendo uma vítima. No remake, Charley invade a casa de Jerry, observa um altar com símbolos estranhos na parede (que mais tarde são revelados por Peter), esconde-se em um armário quando o vampiro volta repentinamente, só para descobrir uma passagem secreta que leva a um corredor cheio de portas. Em uma delas, vê uma de suas vizinhas muito amedrontada pedindo socorro, quando Jerry aparece, abre a porta, toma a loira nos braços, mostra suas presas e se alimenta. Charley vê tudo pela fresta da porta, infelizmente sem aquela trilha maravilhosa e inspirada de Brad Fiedel. Um desperdício de cena!

Outra cena é aquela em que Charley enfrenta Jerry pela primeira vez.

No remake, Jerry não é convidado pela mãe de Charley, forçando-os então a sair da casa de maneira bem insólita, e assim, dando início a uma cena de perseguição ininterrupta. Quando eles resolvem parar no meio da estrada, um outro carro se aproxima causando uma batida. Quem mais, senão o ator Chris Sarandon (o vampiro original) fazendo uma pequena aparição como um motorista chamado Jay Dee (clara referência às iniciais do nome de seu personagem Jerry Dandridge /J. D./ de 1985). Óbvio que esse detalhe do nome só fica evidente ao ver os créditos finais.
Uma coisa mantida do original é o fato de que é preciso ter fé para que a cruz funcione.
A cena da nova versão descrita acima tem mais a ver com filme de ação do que com filme de terror.

A cena da boate é de uma pobreza! Ao contrário do original, que tinha a cena onde Jerry hipnotiza e seduz Amy ao som de várias músicas new wave bem bacanas, e com lances até um pouco eróticos; no remake Jerry simplesmente agarra a namorada do Charley, e a leva carregada no ombro feito um homem das cavernas, sem dança, nem sedução. A única coisa que ficou preservada na cena é a parte onde Amy é levada pela multidão, afastando-se do seu namorado.


A morte de Jerry no Fright Night de 1985 foi muito bem feita e orquestrada, dando um clima grandiloquente ao final da história. Já no remake, a morte do vampiro é feita de forma tão insossa, tão sem inspiração, que não tem a menor graça! Não dá emoção. A minha impressão é que estava assistindo a um filme da Sessão da Tarde. Parecia até um pouco com a morte da Regine em 'A Hora do Espanto 2'.

A TRILHA SONORA


Na nova trilha para o remake, a música-tema chamada "No One Believes Me" (vídeo também dirigido por Craig Gillespie) é do cantor Kid Cudi. No original, a canção ficou a cargo da banda new wave dos anos 80, The J. Geils Band.

Veja os dois vídeos:

Minha nota final (de 0 a 10) para o remake, avaliando tudo, é de 6.5. O filme não é de todo ruim, mas deixou, sim, a desejar. O original também teve um orçamento modesto para a época, mas isso não foi desculpa para fazerem um filme medíocre. Muito pelo contrário. Ele praticamente se pagou em apenas um final de semana. Lembro-me dos gritos de susto dentro do cinema, das mulheres gritando durante a projeção: "Vampiro lindo! Vá ser lindo assim lá na minha casa!". Pessoas até colocando as mãos no rosto em certas cenas de horror (inclusive este que vos escreve).
Agora, o remake realmente não foi feliz, as falas foram por vezes apáticas, o ritmo em que as coisas iam acontecendo era muito rápido, impossibilitando saborear ou criar qualquer forma de empatia com a história ou as personagens. A equipe não teve o mesmo tato para acertar nas escolhas e criar um enredo cativante onde os espectadores pudessem se importar com qualquer coisa que fosse. Sem falar nos efeitos especiais, muito fracos para os padrões atuais, e pouco (ou nada) criativos. Mas cada um tem a sua opinião, e pode ser que algumas pessoas encarem a produção como uma obra válida e independente do original. Eu, como vi a película de 1985 no cinema, e constatei a emoção e sustos que ela causava, não tenho como me desvencilhar. Agora, é esperar pelo Blu-ray do meu querido filme original e inigualável. :)

DETALHES SOBRE O LANÇAMENTO DO ORIGINAL EM BLU-RAY MAIS ACIMA.